Nem sempre o que parece é!
Antes de entrar no tema deste artigo, permita-me agradecer-lhe o tempo que está a investir nesta leitura! Não sei se fará sentido para si o que de seguida vou escrever, mas de uma coisa tenho a certeza, se assim o decidir, talvez este texto o possa ajudar a conseguir olhar de forma diferente para o seu futuro e o que pode fazer com ele! Porque “Loucura? Loucura é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”!
A frase que dá nome a este artigo é também um provérbio popular da nossa cultura e existe uma sabedoria interessante por detrás destes velhos ditos populares!
Hoje venho trazer-vos uma explicação lógica que pode ajudar a dar-vos uma outra perspectiva sobre este provérbio popular baseando-me numa experiência feita que ficou conhecida como a Ilusão de Muller- Lyer, em homenagem ao psiquiatra que a desenvolveu em 1889.
Esta ilusão óptica ilustra-se abaixo e podemos ver duas linhas rectas (A e B) com ângulos diferentes nas suas extremidades.
Talvez alguns de vós já conheçam esta ilusão, mas quer a estejam a ver pela primeira vez, ou não, qual a recta que vos parece maior?
Como já referi, este exercício trata-se de uma ilusão óptica, mas a verdade é que para muitos de nós, a recta B dá a ideia de ser mais comprida do que a recta A, no entanto a verdade é que as duas possuem igual comprimento! Tomei contacto com esta ilusão num livro bastante conhecido que aborda vários conceitos sobre a nossa maneira de pensar e sobre os quais será interessante nós reflectirmos!
O interessante deste tipo de ilusões, é que mesmo sabendo que ela é uma ilusão, há uma parte de nós que “teima” em querer acreditar nessa ilusão sendo necessário um esforço consciente da nossa parte para aceitarmos os factos conhecidos! E é aqui que eu pretendo trazer ao texto uma breve reflexão sobre algumas questões da nossa vida quotidiana, pois quantas vezes acreditamos naquilo que vemos ou ouvimos sem que tenhamos o devido cuidado racional em analisar a questão? Em quantas “verdades” nós acreditamos ao longo da nossa vida, apenas baseados na ilusão do que vemos ou ouvimos “à primeira vista”?
O conceito que aqui quero deixar é apenas uma versão mais racional do título deste artigo, “Nem sempre o que parece é”, pois aquilo que a Ilusão de Muller- Lyer evidência é a nossa tendência quase instintiva a muitas vezes acreditarmos apenas na primeira imagem que criamos acerca de algo, tendo depois muita dificuldade em aceitar que podem existir outras informações que estejamos a ignorar!
Este facto que tem origem no nosso lado mais automático, remonta aos nossos antepassados pré-históricos, pois estamos programados para aceitar com facilidade aquilo que o nosso instinto nos dita, desde que faça sentido de acordo com nosso modelo do mundo, poupando assim preciosos recursos energéticos que seriam necessários para o nosso cérebro estar constantemente a analisar ao detalhe todas as nossas intuições!
Será pouco provável que a partir de agora, mesmo sabendo desta ilusão, voltem a olhar para as linhas rectas e o vosso instinto vos diga que ambas são iguais, da mesma forma que é pouco provável que passem a olhar para as situações da vossa vida sempre de uma forma racional e sem se deixarem influenciar pelo vosso instinto, mas se depois de lerem este artigo ficarem um pouco mais conscientes e flexíveis de que nem sempre o que parece é, estão um pouco mais perto de atingirem os resultados que pretendem para a vossa vida, pois talvez um dos mais importantes passos na resolução de qualquer problema, seja tomar consciência desse mesmo problema e depois procurar as soluções que muitas vezes nem sempre parecem existir…mas existem!